BENFICA - PORTO

Rui Vitória: «Quem pensa que o campeonato fica resolvido ganhando este jogo está no caminho errado. Vai ser mesmo até à última jornada. Temos a noção clara de que o jogo é importante para as duas equipas. Carácter decisivo? Não, porque não tenho colocado em nenhuma partida. Nunca sabemos qual é o jogo decisivo. No final do Campeonato talvez possamos olhar para trás e dizer que este ou aqueles jogos foram importantes ou decisivos. A luta pelo ponto é difícil, até ao final vai haver uma grande disputa. É um jogo importante, mas não decisivo.

[Jonas] Está convocado. Se fosse hoje, possivelmente não jogaria. Veremos a evolução até amanhã [domingo], mas temos três cenários: jogar a tempo inteiro; estar no banco e, se eu entender que possa ser útil, entrar; ou não estar nas condições ideias para atuar. Digo isto para que a questão fique clara para toda a gente.

Um dos requisitos para amanhã [domingo] é a intensidade. Vai ser um jogo intenso do ponto de vista físico e mental. As equipas vão bater-se para ganhar. Há aspetos importantes como a concentração, a forma como disputamos cada lance, a individualidade a prevalecer, com as equipas a anularem-se mais vezes do que a criar muitas oportunidades como costumam fazer. É um jogo que tem de ser vivido de forma intensa. A equipa que estiver mais lúcida, tranquila e mais confortável naquilo que quer para o jogo, poderá ficar na frente. Vamos querer muito ganhar, mas vamos defrontar uma boa equipa. Vão estar frente a frente o primeiro e segundo classificados. O jogo é uma realidade que nasce e cresce com o apito do árbitro e nós estamos preparados para ela.

Digo isso permanentemente: este campeonato tem sido rico por isto e vai ser disputado até ao limite. Este jogo a cinco jornadas do fim é importante, mas não tem um carácter decisivo, porque sabemos que há mais quatro jornadas pela frente. Temos de estar preparados para todos os adversários. Quem pensa que o campeonato fica resolvido ganhando este jogo está no caminho errado. Vai ser mesmo até à última jornada.

É um misto das duas coisas. O foco do jogador aumenta naturalmente; o mediatismo é enorme e o foco do jogador na sua tarefa aumenta. As equipas sabem que têm de criar e ao mesmo tempo condicionar, anular as virtudes do adversário. Muitas vezes estes jogos são combates em cada palmo de terreno. Os jogos são divididos de uma forma determinada e convicta. Há duas formas distintas de jogar, uma equipa e outra. Vamos tentar pôr a nossa, o FC Porto vai tentar pôr a deles. É fundamental ter um sentimento de segurança num jogo destes, que é ir para o jogo tendo a noção daquilo que tem sido o passado recente, o trabalho, as conquistas da minha equipa. Temos uma equipa experimentada nestes envolvimentos e sabemos que o jogo de amanhã [domingo] é importante. Vivê-lo com intensidade faz parte da nossa vida. O rigor pode fazer diferença. Um metro atrás, um metro à frente, um segundo de atraso… são aspetos que podem fazer toda a diferença.

Não olho para os jogos a fazer contas dessas. Digo aos jogadores que é para jogar com alegria. Quando éramos crianças gostávamos de ir para um jogo e ganhá-lo. Sabemos que temos um adversário difícil pela frente, com qualidade, com virtudes que temos de controlar. A nossa conceção é sempre de ganhar e ir à procura da vitória, porque temos qualidade, porque acreditamos no que fazemos, jogamos em nossa casa. O estádio vai estar a rebentar pelas costuras, com os nossos adeptos a quererem participar no jogo para poder sair daqui com a sensação de que também fizeram parte deste trabalho. Vamos ter por diante uma equipa de qualidade e dimensão elevada, mas acredito sempre que posso ganhar.

O nosso trabalho é tão inclusivo que, se não estiver um ou outro jogador, não será por aí que vamos arranjar um drama – antes pelo contrário. É uma oportunidade que outro jogador tem de trabalhar naquela posição. Temos dado provas disso no campeonato. Se o Jonas não estiver será mau para toda a gente, fundamentalmente também para o espetáculo, mas não vamos estar aqui a lamentar isso em demasia. Se não jogar o Jonas, há de jogar outro que dará conta do recado. É assim que pensamos.

O Rui do passado diria ao Rui do presente que foi sempre o mesmo Rui. Acreditei desde o início, e não o fiz por artes mágica, mas porque sei o grupo que tenho, sei onde estou, sei a massa adepta que temos, a qualidade que temos, a experiência que existe aqui. Acreditava plenamente naquilo que fizemos. Ainda não conquistámos nada, estamos aqui para a luta final. Estamos preparados para ela, temos pela frente adversários difíceis. Estamos na primeira posição, mas nada muda. Ainda falta muito campeonato para disputar e viver. Há uns dias estava a ver um jogo do Benfica com as camisolas do Eusébio. Amanhã [domingo] temos de ser exatamente Eusébios. 11 e mais 3 que entrem e vistam a camisola do Eusébio e transmitam para dentro de campo aquilo que o Eusébio transmitia: determinação, crença, raça, convicção, ambição naquilo que fazia, qualidade, personalidade na forma como jogava. Temos de vestir essas camisolas, porque o adversário é bom e porque é um bom exemplo, relembrando uma figura ímpar do nosso futebol.

Estou sempre confiante em qualquer jogo. As vitórias que somámos até aqui vão valer pouco amanhã [domingo], porque é um jogo com características especiais, diferentes. A segurança no que fazemos é imensa e é a mesma de quando começámos este trabalho em conjunto. Isto não vai ser resolvido por alguém estalar um dedo. Com confiança, segurança e respeito, vamos trabalhar, vamos para a luta, enfrentando um adversário difícil.

Muitas vezes podemos ter variações, depende dos contextos onde estejamos inseridos. O que fizemos foi um trabalho com rotinas muito idênticas às das semanas anteriores. Vimos de uma série de semanas com sucesso. Preparámos todos os pormenores do jogo com a dimensão que o FC Porto nos merece. No resto, tivemos uma visão muito normal daquilo que tem sido o nosso trabalho. Há respeito, assumimos que é um jogo importante, mas há também a continuidade de um trabalho, sem qualquer drama, sabendo que temos pela frente um adversário difícil e que foi tratado como tal.

Não senti. Esta equipa tem alguns jovens, que, lidando com os mais experientes, rapidamente adquiriram os pré-requisitos para viver estes contextos competitivos. Não senti necessidade de fazer o que quer que fosse de especial. Alguns já trabalham comigo há mais de dois anos e têm sabido sempre estar em qualquer dos jogos, sabendo o que é necessário fazer perante estes adversários. Os jogos muitas vezes têm de ser vividos com cabeça e coração. Se tivermos só uma delas, não chega. Ter o coração a bombar, mas ter a cabeça a raciocinar: isto é determinante.

Sinto satisfação por haver essa intenção de manifestar apoio. Não nos vai tirar a racionalidade necessária. Mas também me parece que os Benfiquistas que vão estar nas bancadas não vão desligar o interruptor aos 10 minutos. Quem ama o Benfica, vai amar o Benfica durante 90 minutos. A forma de manifestar é que pode ser diferente nos minutos seguintes. Estou em crer que isso vai acontecer. Os Benfiquistas vão estar a apoiar-nos com entusiasmo, porque é fundamental sentirmos que todos juntos seremos mais fortes. É fundamental que o Benfiquista sinta aquilo que tem sentido quando tem saído daqui: que também contribuiu para o bom resultado, que também faz parte das vitórias. Amanhã [domingo], o que queremos é que esse amor ao Benfica esteja presente. Nos primeiros 10 minutos ninguém desliga o interruptor. Depois, liguem outro e venha daí esse apoio.»

LISTA DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Svilar e Bruno Varela;
Defesas: Grimaldo, Luisão, Eliseu, Jardel, André Almeida e Rúben Dias;
Médios: Fejsa, Samaris, Zivkovic, Salvio, Pizzi, Cervi, Rafa, Diogo Gonçalves e João Carvalho;
Avançados: Raúl, Jonas e Seferovic.

Vamos Benfica! #rumoao37

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